Aprendemos a moldar nossa fala as formas do gênero. “Se não existissem os gêneros do discurso e se não os dominássemos, se tivéssemos de criá-los pela primeira vez no processo de fala, se tivéssemos de construir cada um de nossos enunciados, a comunicação verbal seria quase impossível.” (BAKHTIN, 1979). Divangando em meus pensamentos pude relembrar fatos marcantes de minha vida como principiante da leitura e escrita que ocorreu por volta dos oito anos de idade ( iniciei os estudos muito tarde devido a falta de escolas na região onde morávamos, em 1968, Nuporanga- Estado de São Paulo), mas mesmo antes de pegar meu primeiro livro nas mãos e apaixonar-me por ele, minha minha mãe já praticava a leitura por meio de histórias para dormir e a escrita por meio de rascunhos do alfabeto em folhas de papel de "bengala", eu amava aquilo e fascinava-me o mundo da leitura e escrita. Ao ingressar no antigo curso primário, minha professora Dona Anna Cecília, primeira mestra, ensinou-me a compor palavras e quando dei por mim estava lendo e escrevendo o meu nome, foi muito emocionante recordo-me. Depois o contato com a cartilha "Caminho Suave" foi algo muito marcante na minha vida nessa fase pois eu ficava horas e horas com aquele livro nas mãos e procurava sempre ir além da lições propostas pela mestra em sala de aula e quando eu era chamada para a leitura já estava bem preparada e lia com prazer. Outros livros foram apresentados a mim no curso ginasial por volta da quinta série, mas esse foi o que mais marcou minha vida e deu início ao prazer pela leitura e assim abriu caminho para a escrita. Quando tinha quinze anos já havia escrito meu primeiro livro de memórias que ainda tenho guardado comigo (a sete chaves). Voltando a intodução de meu depoimento, estive em contato com diversos textos e contextos no ambiente escolar por conta de acompanhar minha mãe em seu trabalho (escola), ficava esperando por ela e nesse intervalo eu lia, lia tudo o que tivesse ao meus dispor e dessa forma fui me tornando amante das letras e na observação dos trabalhos pedagógicos da professora Leda Nogueira Fagundes, minha fonte de inspiração para a docência, tornei-me professora e como professora descobri que foi a coisa mais maravilhosa que poderia me acontecer profissionalmente e hoje aos vinte e oito anos de magistério continuo apaixonada e amante da interação verbal, do saber falar, da leitura que enaltece a alma, que acalma o coração, que alegra a vida e dá formas ao pensamento, que liberta, que salva, que cura, que produz a boa energia, que supera todos os obstáculos, enfim ler e escrever nos faz sentir operante e ativos no mundo em que vivemos.
Zilda Aparecida Da Silva Guerrero
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